SMED para leigos

SMED para leigos


Lean Manufacturing (Manufatura Enxuta) é uma filosofia de gestão que juntamente com suas ferramentas é voltado para melhoria do processo, o que consequentemente melhora a eficiência, aumentando assim a produtividade e a rentabilidade em uma linha de produção.
Um dos pontos de desperdício de tempo dentro do Lean é a espera, ou seja, é necessário que se tenha o setup (tempo de preparação) rápido. O “setup rápido” de máquinas e linhas de produção é o SMED (Single Minute Exchange of Die). Essa ferramenta foi elaborada inicialmente por Taiichi Ohno e, mais tarde, consolidada por Shigeo Shingo. ❤️
 O objetivo era reduzir o setup (tempo de preparação) de máquinas ou de linhas de produção. No Brasil também é conhecida como TRF (Troca Rápida de Ferramenta). Quanto menor for o tempo de setup dentro de um processo ou de uma rotina, mais tempo sobrará para atividades relevantes. No caso de uma fábrica mais tempo os equipamentos estarão produzindo!
- “Thábata sua doida... O que isso tem a ver com a minha vida pessoal? Como reduzir o tempo de preparação de uma máquina vai me ajudar?”
- Realmente sobre o setup da máquina... nada, mas imagine que você é essa máquina!
Já calculou a quantidade de tempo “perdido” se arrumando para comparecer numa festa? A quantidade de tempo que você deixa de dormir por semana para pegar o ônibus no horário?
Por sorte, eu conheci o SMED na época mais corrida da minha vida, pois precisava pegar o ônibus às 5:20 da manhã para chegar ao trabalho, saia de lá direto para faculdade e só chegava em casa por volta de 11:00 da noite. De forma meio inconsciente e automática eu acabei aplicando o SMED em minha vida, pois queria dormir mais tempo na cama. Hoje tenho total noção do meu planejamento para otimizar as minhas atividades e ser pontual até quando não preciso! Acredito que muito disso veio do conhecimento profissional em SMED, além das cobranças de horário feitas pela minha mãe desde a infância. 😅
Você precisa desenvolver alguma atividade de forma mais rápida, mas está “enrolado(a)”?
Não adianta achar que vai dar tudo certo, mantendo os mesmos hábitos. É preciso planejamento e organização. Nisso o SMED te ajuda!
Melhoria do SETUP: Estágios conceituais
Estágio inicial – Nessa etapa não é possível distinguir o que é setup interno e o que é setup externo.
- “Setup interno e externo? Não faço ideia o que é isso!”
- Calma... Calma!
Nas operações de setup tradicionais, o setup interno e o externo são confundidos; o que poderia ser realizado externamente é realizado internamente e, por isto, as máquinas ficam paradas por longos períodos.”
A tabela abaixo é um exemplo do cotidiano em que uma pessoa precisa se arrumar para sair e apresenta simulação de tempo gasto por atividade para facilitar a analogia:
Se estivéssemos aplicando SMED em uma fábrica, deveria ser feita uma análise da produção e do processo de setup da máquina. Dessa forma, é possível identificar os tipos de setup e definir quais são as atividades internas e externas. Como isso pode ser feito?
1 – Registrando todas as atividades e cronometrando, essa é considerada a melhor abordagem.
2 – Estudo de amostragem do trabalho, não é aplicável quando poucas ações são repetidas.
3 – Estudar as reais condições do chão de fábrica por meio de entrevistas com os operadores.
Um método extremamente efetivo: Filmar toda a operação de setup e mostrar o vídeo aos operadores. Geralmente provoca ideias úteis de aplicação imediata.
Estágio 1 – É o passo mais importante, etapa de separar o que são atividades internas e atividades externas do tempo de preparação para iniciar a produção de uma máquina. É possível distinguir o que você pode fazer antecipadamente para ser mais rápido na execução e não perder o tão precioso tempo.
Setup interno - Tudo que obrigatoriamente você precisa fazer no momento de preparação. Ou seja, com a máquina parada.
Setup externo - Atividades que podem ser realizadas antes (ou depois), que vão facilitar o processo e fazer com que você seja mais ágil no momento crucial.
Tabela de exemplos do cotidiano dividida entre setup interno e setup externo: 
Se for feito um esforço para realizar o máximo possível das operações de setup como setupexterno, então, o tempo necessário para o setup interno pode ser reduzido de 30 a 50%.
Provavelmente você está pensando que essa separação não fez sentido, pois você não pode se vestir sem que tenha separado as roupas. Então entra em prática o planejamento para realizar as atividades externas antes do momento de preparação da máquina. Nesse exemplo, “se arrumar para sair” é a atividade que estamos aplicando SMED. Pense tudo da forma mais prática e simples: 
Além disso, é fundamental ter organização e local pré-definido para armazenar os objetos, isso garante que você não perderá tempo buscando alguma coisa por estar guardada no local errado.
“Um lugar para cada coisa, cada coisa em seu lugar.”, 5S é o que isso quer dizer, mas para não perder o foco, outro dia eu “falo” disso.
Estágio 2 – É a etapa de conversão, no caso de uma máquina em uma linha de produção ainda caberá uma nova avaliação. Em que devemos reexaminar as operações e verificar se alguma atividade está sendo executada como atividade interna, mas poderia ser convertida em atividade externa.
Devemos nessa etapa, eliminar/minimizar atividades desnecessárias. Por exemplo: trocando parafusos, procurando ferramentas, aplicando fitas de vedação ou outras atividades que desperdiçam tempo e são causadas por falta de estrutura ou ferramenta adequada.
Isso é feito utilizando melhorias de processo e adaptações na máquina para facilitar o manejo do operador fazendo com que a atividade seja realizada de forma mais rápida ou simplesmente não seja necessário fazer com a máquina parada. Nesse caso, entra a “Troca Rápida de Ferramenta”, pois o objetivo desse estágio é ganhar mais tempo de produção.
Estágio 3 – A terceira etapa é a racionalização de todos os aspectos da operação de setup. Essa fase tem como objetivo alcançar o “Single Minute Exchange of Die” (conseguir realizar a atividade de preparação em menos de 10 minutos). Esse número pode ser atingido, porém exige grandes esforços e análise detalhada de cada operação. 
Vai dizer que nunca viu um exemplo de SMED na prática?
O @Daniel Pezi me falou um exemplo bem simples e comum na realidade de todos: Esquentar leite
Apenas trocando o uso do fogão pelo micro-ondas já estamos convertendo uma atividade interna em externa, pois não precisamos mais ficar ao lado da panela supervisionando o processo para evitar que o leite transborde e suje o fogão. Além de reduzir muito tempo da atividade.
Outro exemplo bem famoso é a Fórmula 1:

Espero ter conseguido fazer um resumo sobre SMED com exemplo claro e objetivo!
Entendeu? Consegue imaginar outras situações do cotidiano que você pode aplicar o SMED e ganhar tempo em sua vida?
As informações aqui apresentadas foram baseadas nas minhas experiências pessoais e profissionais com embasamento teórico do livro:
Shingo, Shigeo. Sistema de troca rápida de ferramenta: uma revolução dos sistemas produtivos / Shingo, Shigeo; trad. Eduardo Schaan e Cristina Schumacher. – Porto Alegre: Bookman. 2000.
Artigo de minha inteligente,competente e bela amiga Eng. Thábata Matheus.
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Até logo,
Marcelo Borges Brazão Lean Six Sigma Black Belt
Doctor Sigma
E-mail: marcelobrazao.eng@gmail.com
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Cel:(19)99949-6800 /  (35)99823-5025




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